As vezes a gente se sente sozinho, como se nada no mundo valesse a pena. Como se não nos restasse mais nenhum sentimento. É como se não houvessem mais motivos para viver. Onde amar não significa mais nada. É como se fosse um sentimento extinto dentro de nós.
Para isso procuramos a felicidade em pequenas coisas, como games por exemplo. E em um estado de carência e solidão, nos apegamos mais rápido as pessoas. Queremos ser amigas delas, fazer tudo com elas, queremos ajudar, dar carinho, mas as pessoas acabam achando isso estranho, principalmente quando elas tem muitos problemas. Você simplesmente sorri e estende a mão, e garante que será amiga para uma vida inteira, quem sabe para depois dela também.
Começam a rir, brincar, chorar, tudo junto, não se importando com idade, peso, altura, aparência, simplesmente vivendo e sendo feliz, como se não houvesse o amanhã. E mesmo nos momentos tristes, estão juntos, um cuidando do outro, sempre torcendo pelo outro, um em busca da felicidade do outro. E quando eles menos esperavam, aquele sentimento nasceu de novo. Era o amor. É um sentimento estranho, estúpido, covarde e egoísta. Você sente ciumes dele falando até com um animalzinho. Você começa a reparar mais na pessoa, não nas coisas bobas, que ela faz naturalmente, mas no olhar, na respiração, no jeito como ela fala e interpreta, vive cada situação. É como se você estivesse mudado. Talvez nascesse outra pessoa dentro de nós, com outros olhos, outros aromas e a coisa que essa nova pessoa mais quer é a outra. Mesmo que ela não ligue, não repare em você, não note sua presença, nem que seus sentimentos são diferentes e maiores, você deixa de ligar. Não se importa de não ser a pessoa que acorda com ela todas as manhãs, mas só de poder estar perto da pessoa, vê-la, senti-la já é um grande prêmio. A única coisa que machuca, é quando essa pessoa não te dá o valor, e acaba te magoando dizendo coisas aparentemente bobas e inúteis, mas seu segredo está guardado a sete chaves e você é frágil e por mais boba que sejam as palavras elas lhe atingem de tal forma, que é como se fossem várias lâminas, uma à uma sendo cravadas em seu peito. É, esse é o amor, algo talvez "insensível" que machuca a gente, sem ao menos querer ser machucado, alias ninguém quer ser. Mas, acontece, não adianta negar que você está amando, por que o sentimento está ali, de diversas formas e se manifestando em maneiras diferentes. A única coisa que resta é apenas sonhar, com um beijo que nunca irá acontecer, com abraços que nunca irá sentir, e simplesmente se conformar, esquecer e esperar a solidão voltar e começar tudo de novo...
Patricia Sarkis Marti
Imagem ilustrativa: Anime Accel World - Haruyuki e Kuroyukihime